29 de jan. de 2011


E é assim. Todos os dias devíamos cometer uma loucura.
Pele na pele. O que nos regia era algo sempre melhor. Vivíamos a nos reinventar a cada tarde. 
A cada beijo o gosto era diferente, a cada toque descobriamos um novo arrepio, uma nova maneira de nunca conter o riso.
Sentada a beira do mar, sinto o cheiro do seu perfume.
Fechando os olhos, foi como se pudesse sentir ainda seu toque, que me arrepia da pontinha do pé, até o interior da minha alma. Era uma sensação de prazer e leveza. Era como se estivesse prestes a tê-lo. Sentia seus lábios beijando desde meus pés até a minha testa. Desnorteada, alucinada.
Era como se estivesse presente,  me surpreendendo, me tomando em seus braços e fazendo-me mulher como tantas outras vezes.
Nossa história parece ser o próprio poema de Luis Camões. " Não era amor, era melhor".

17 de jan. de 2011


É madrugada. Tudo muito frio e úmido lá fora.
Aqui dentro, eu posso ouvir os passos que parecem vir da sala. Sim, estão cada vez mais fortes. 
Mas eu não tenho medo algum.. Fecho os olhos e imagino que é você o dono dos passos. 
E, nesse instante, até começo a imaginar o seu rosto - tão lindo. Mais passos, mais próximos.
Penso que não é apenas minha imaginação, mas não abro os olhos. Gosto do suspense. 
E os passos cada vez mais perto de mim, quase sinto-os tocar a cama. 
E então uma brisa leve entra pela pequena fresta da janela.. Posso sentir o seu perfume agora. Sei que é você. Ainda sem abrir os olhos,eu sorrio. E, como num sopro de anjo, adormeço assim. 
Com o seu olhar, no escuro, sobre mim e os últimos suspiros dançando no ar.